terça-feira, 11 de maio de 2010


És o pássaro verde que gosta de me cantar ao ouvido todas as noites quentes até o sol rasgar as nossas pressianas ao de leve. Não me perguntes se cantas bem ou mal porque até o teu silêncio entoa bem no meu crânio, gosto de o ouvir e de to retribuir.
Acho incrível como conseguimos dizer tudo sem um único suspiro sequer e pôr tudo a pratos limpos sem termos o trabalho de os limpar.
Acho piada à loucura da simplicidade com que encaramos as coisas e a forma como elas são brutalmente complicadas. Acho piada à sintonia e à corda que nunca rebenta por muito que a estiquemos com e sem ajuda. Mas não gosto do frio. Cantas menos nessa época, a voz falha-te e a primavera perde a cor, até tu perdes os teus tons de verde arrancando-me a esperança e rasgando-a como um panfleto de pizzas baratas que deixam na tua caixa de correio todo o santo dia.
Sei que sou das poucas pessoas que te consegue fazer mudar de cor, não com aguarelas, acrílicos ou guaches que uso para pintar a minha cabeça, mas com as minhas palavras e actos que te põem a atravessar o espectro à miníma lâmpada que se acende sob a tua mente. Mas podes mudar de cor as vezes que quiseres, podes ficar transparente (de uma vez por todas) que não vais nunca ficar invisível, pois a tua presença é constante e o encanto nunca se perde.



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